- Jesus ordenou: Mt 28.19 e Mc 16.15,16. Crianças fazem parte de uma nação e são criaturas.
- Têm pecado (Rm 3.23), nascem em pecado (Sl 51.5) e são por natureza filhos da ira (Ef 2.3). Assim sendo, necessitam da graça de Deus, da regeneração e do perdão. Que crianças têm pecado prova-se no facto delas morrerem, pois "o salário do pecado é a morte" Rm 5.12; 6.23.
- São carne, nascidas da carne (Jo 3.6) e, como tais, perdidas no pecado, pois "carne e sangue não podem herdar o reino de Deus" (1Co 15.50); precisando, por isso, primeiro "nascer da água e do Espírito" Jo 3.5.
- Em circunstâncias normais a regeneração só pode ser efectuada na criança através do Baptismo. Jo 3.5,6 e Ef 5.26. De acordo com a primeira passagem ninguém que despreza o baptismo pode ser salvo.
- O baptismo tomou o lugar da circuncisão (Cl 2.11,12), que era uma aliança eterna (Gn 17.7); e no Antigo Testamento as crianças eram circuncidadas com apenas 8 dias de idade.
- O Novo Testamento e a história comprovam que a igreja cristã sempre baptizou crianças, desde os tempos apostólicos.
- Jesus pediu que lhe trouxessem as crianças (Mt 19.14), pois é da sua vontade que também elas sejam regeneradas e salvas (Mt 18.14).
- A promessa do baptismo é também para elas (At 2.39), assim como a circuncisão o era para as de outrora.
Considerações gerais:
Pelas passagens acima se vê, claramente, de que há uma necessidade muito grande da criança ser baptizada, pois, sendo ela pecadora, nascida da carne (e carne e sangue não podem herdar o reino de Deus), inimiga de Deus – ela precisa de um meio de graça para ser purificada do pecado, nascer de novo e tornar-se filha de Deus. E pelo que sabemos, só há dois meios disso acontecer, isto é, de Deus operar a fé: Palavra de Deus e Sacramentos (Baptismo e Santa Ceia). Rm 10.16,17 e Jo 3.5,6. Ora, sabemos que a criança não está em condições de ouvir a Palavra de Deus, para que nela se opere a fé. Resta o Baptismo. Por isso diz Pedro: "Agora vos salva o Baptismo" (1Pe 3.21), "pois para vós é a promessa e para os vossos filhos" (At 2.39). Ora, se o baptismo salva então quer dizer que opera a fé, pois "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Por isso Jesus pede aos seus seguidores que lhe tragam as crianças (Mt 19.14) para que recebam o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).
O problema todo dos que negam o baptismo infantil está no fato deles acharem que o homem precisa fazer alguma coisa para se salvar, que é o homem quem se converte, quem escolhe a Deus e a hora de sua conversão – e que a criança está impossibilitada disso. Mas vejam o que dizem as seguintes passagens bíblicas a respeito: Ef 2.8,9; Jr 32.18; Jo 6.44; 15.16; 1Co 2.14; Ef 1.1,5.
Mais uma coisa: Esses que tanto falam contra o baptismo infantil nem baptismo têm. Para eles o baptismo é um mero símbolo, um meio de se passar para a igreja e nada mais. Pois jogam o essencial fora e ficam só com a casca. Vejam nas seguintes passagens bíblicas se o baptismo é apenas um simples ritual ou meio poderoso de graça pelo qual Deus nos oferece a salvação eterna (1Pe 3.21 e Mc 16.16), lava e purifica dos pecados (At 22.16 e Ef 5.25,26), concede remissão dos pecados (At 2.38), regenera (Tt 3.5), reveste da justiça de Cristo (Gl 3.26,27) e confere o Dom do Espírito Santo (At 2.38).
Pois é, essa gente antes de discutir sobre o baptismo infantil deveriam primeiro aprender o que é o baptismo, qual é o seu valor!.. O simples facto de se tornar a baptizar uma pessoa que já foi baptizada, todas as vezes que muda de igreja, já mostra que não entendem nada de baptismo, pois, de acordo com a Bíblia, o baptismo é um só (Ef 4.5), e não 2,3,4... de acordo com o número de igrejas!...
Respondendo objecções:
Afirmam os que negam o baptismo infantil que crianças não podem ser baptizadas pois não sabem nada. Perguntamos: E na circuncisão, quando se fazia a promessa de pertencer ao povo de Deus e cumprir a sua aliança (Gn 17.9), sabiam elas o que estavam fazendo? Pois diz Paulo em Cl 2.11,12 que o baptismo tomou o lugar da circuncisão.
Afirmam ainda que crianças não podem crer, e para receber o baptismo é preciso ter fé (baseando-se em Mc 16.16, onde não diz nada disso). Pois concordemos com esta afirmação. Consequência: Condenação eterna, pois "quem não crer será condenado" (Mc 16.16) e "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Mas Cristo diz em Mt 18.6 e Mc 9.42 que crianças podem crer. Não sabemos como é essa fé, como também não sabemos como uma pessoa que está dormindo, anestesiada ou inconsciente pode continuar a crer. Temos, porém, que aceitar as palavras de Jesus! Nicodemos também não podia entender como isso era possível, mas Jesus lhe fez ver que isso não era obra sua, mas do Espírito de Deus (Jo 3.4-9) e que para Deus não há nada impossível (Lc 1.37; 18.27).
Afirmam igualmente que as crianças não necessitam de fé, nem de regeneração, nem do perdão dos pecados e nem do batismo – porque "dos tais é o reino dos céus". Já vimos que crianças têm pecado, nascem em pecado, são carne nascidas da carne e por natureza inimigas de Deus. Queremos apenas dizer que , estas crianças das quais Jesus disse ser o reino dos céus estavam sob o antigo concerto, debaixo da graça da circuncisão, eram circuncidadas (Gn 17.9-14), e que, além disso, eram trazidas a ele.
Afirmam, finalmente, que não há nenhum mandamento explícito de se baptizar crianças. Respondemos: Nem que o proíbe! E se não há para crianças também não há para adultos, pois, se crianças não fazem parte "de todas as nações" os adultos também não. E onde há um mandamento explícito de se dar Santa Ceia às mulheres?! Contudo dão – nós também!
O baptismo infantil na história:
- As seguintes passagens mostram que sempre foi costume da igreja cristã baptizar crianças: At 10.44-48; 16.15, 32; 18.8 e 1Co 1.16. Sabemos que os judeus, a exemplo dos japoneses, sempre tinham a casa cheia de filhos, pois tinham-nos como uma bênção de Deus. Será que não haviam crianças nestas casas?!
- A igreja cristã sempre baptizou crianças, desde os tempos apostólicos. A confusão começou no século XVI com o surgimento dos anabaptistas que começaram a se opor ao baptismo de crianças afirmando que elas não podiam crer e que não tinham necessidade de serem regeneradas visto não terem pecado, o que é uma grande mentira!
- As seguintes afirmações de grandes autoridades bíblicas provam o que dissemos: Que a igreja sempre baptizou crianças:
- Irineu, nascido em 97 d.C., discípulo de Policarpo (convertido pelo apóstolo João), escreve: "A igreja aprendeu dos apóstolos a ministrar o baptismo às crianças". Irineu: Contra as Heresias, vol. 2.
- Justino Mártir, que chegou a ver o apóstolo João, escreve: "Cristãos de ambos os sexos, alguns de 60, outros de 70 anos de idade se tornaram discípulos pelo baptismo desde a infância". Justino: Apologia, vol. 1.
- Orígenes, que viveu 85 anos depois da morte do apóstolo João, escreve: "Visto que o batismo é para perdão dos pecados, as crianças também são batizadas de acordo com o costume da igreja". Wal, vol. 1, p. 104.
- Hermas, mencionado por Paulo em Rm 16.14, fala de crianças que receberam o selo do baptismo, nestas palavras: "Ora, esse selo é a água do baptismo".
- Clemente, mencionado em Fl 4.3, aconselha aos pais: "Baptizai vossos filhos e criai os na disciplina e correcção do Senhor".
- Agostinho diz: "Desde a antiguidade a igreja tem observado o baptismo infantil".
- A primeira versão do Novo Testamento, denominada Peshita Siríaca, publicada logo após a era apostólica, traduz At 16.15 da seguinte maneira: "Ela (Lídia) foi baptizada e as crianças da sua casa".
- Pelágio, contemporâneo de Agostinho, um grande conhecedor da era apostólica, escreve: "Difamam-se como se eu negasse o sacramento do baptismo às crianças. Jamais ouvi dizer, nem mesmo de um herético ímpio, que crianças não devem ser baptizadas. Pois não há ninguém tão ignorante do escrito evangélico a ponto de ter essa opinião".
Conclusão:
Pelo que se viu está claro de que o baptismo infantil é bíblico, salutar e necessário. Façamos apenas, para terminar, um raciocínio lógico que vai dar o que pensar aos que negam o baptismo às crianças:
Suponhamos que o baptismo infantil estivesse errado (e vimos que não é): Não estaríamos correndo nenhum risco, pois, embora o baptismo seja imprescindível às crianças para a salvação não o é para o adulto, visto que neste a fé pode ser operada através da Palavra – desde que não haja desprezo para com o baptismo – e baptizando crianças estamos lhe dando o devido valor.
Suponhamos agora que é bíblico, necessário e indispensável batpizar crianças (como de fato o é); que risco não estão correndo os que negam o baptismo aos filhos?! Morrendo sem o baptismo estão voluntariamente permitindo a condenação dos seus filhos ao inferno!.. Isso tudo, só por causa de sua negligência ou irresponsabilidade, ignorância e cabeçudice.
Prezados pais, não deixem que ninguém lhes encha a cabeça dizendo que não se deve baptizar crianças, colocando assim em risco a salvação dos seus filhos. Mas tragam-nos o quanto antes ao baptismo, em obediência à ordem de Cristo (Mt 28.19; Mt 19.14), para que recebam logo o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5).
Pastor Lindolfo Pieper